Numa medida típica dos tempos do carlismo, o governador Jaques Wagner (PT) anunciou essa semana o corte dos salários dos professores da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), da Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc) e da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), em greve a mais de 20 dias. Em nota o governo justifica o corte afirmando que o processo de negociação com os professores não foi interrompido. No entanto, os grevistas dizem que o único contato recente do governo com os representantes dos professores foi um e-mail no qual afirmava que a cláusula, que congela os salários até 2014, imposta no momento da assinatura do acordo salarial 2010, e que é uma das principais reivindicações do movimento grevista, não seria retirada e que o acordo salarial só seria assinado após o final da greve. “Não temos sequer uma reunião oficial marcada com o governo. O que mais desejamos é negociar, mas isso significa encontrar um ponto de equilíbrio na vontade de ambas as partes e não apenas a categoria ter que aceitar a imposição do governo”, disse o coordenador da Associação dos Docentes da Uefs (Adufs), Jucelho Dantas.